KATIA GUERREIRO
Nasceu a 23 de Fevereiro de 1976 na África do Sul mas a família mudou-se para a ilha de São Miguel era Katia Guerreiro ainda criança. Nesta ilha descobre a sua vocação musical, apaixonando-se pela “Viola da Terra”, um instrumento típico do arquipélago dos Açores, que toca no Rancho Folclórico de Santa Cecília. Para estudar medicina, escolhe Lisboa, onde concilia o estudo com a banda rock, Os Charruas, de que é vocalista.
A sua carreira como fadista tem início em 2000, com a sua presença no concerto de homenagem a Amália Rodrigues, no Coliseu de Lisboa. Público e crítica rendem-se à sua interpretação de Amor de Mel, Amor de Fel e de Barco Negro, considerando-a a melhor fadista da noite.
No ano seguinte, edita FADO MAIOR que chega a Disco de Prata, é nomeado para o Prémio José Afonso e apresenta o Fado à Coreia do Sul, onde entra para o top de vendas. Para NAS MÃOS DO FADO (2003), o seu segundo álbum, Katia Guerreiro selecciona um repertório que privilegia a poesia nacional, destacando-se vultos como Luís de Camões, Florbela Espanca, Ary dos Santos e António Lobo Antunes, voltando a ser nomeada para o Prémio José Afonso.
Fora de Portugal, a carreira de Katia é já reconhecida com o público a aplaudir de pé os seus concertos e a comunicação social a dedicar-lhe atenção especial. Em Portugal, é uma das 30 personalidades distinguidas pelo seu trabalho nas comemorações do 30º aniversário da Revolução de Abril.
O meio artístico internacional também não lhe é indiferente e em 2005 grava um dueto com Martinho da Vila, para o álbum do brasileiro, Brasilatinidade. Ainda nesse ano, grava TUDO OU NADA, onde inclui poemas de Vinicius de Moraes, Sophia de Mello Breyner e António Lobo Antunes, entre outros, e onde é acompanhada ao piano por Bernardo Sassetti, no tema Minha Senhora das Dores. O ano termina com o convite do Ministro da Cultura e Comunicação de França, Mr. Donedieu de Vabres, para participar nos Rencontres Pour l’Europe de la Culture, realizados na Comédie Française, ao lado de personalidades da cultura mundial como Tereza Berganza, Jeanne Moreau, Costa Gavras e Barbara Hendricks. O seu discurso em português fecha com As Rosas/Promessa (Sophia de Mello Breyner), cantado a capella, ilustrando a sua paixão pela identidade cultural de Portugal, o que lhe vale a nomeação, em 2006, para Membro do Parlamento Europeu da Cultura.
Com uma notável carreira internacional, Katia Guerreiro já apresentou o Fado em variados palcos internacionais, sendo considerada uma notável embaixadora da música nacional. Pela excelência deste trabalho recebeu, em Fevereiro de 2006, o Prémio Personalidade Feminina 2005, atribuído pelo público que a elegeu “uma das mais bonitas vozes da actualidade, aliada a uma invulgar capacidade vocal”.
Nos anos seguintes, continuou a gravar poetas nacionais e internacionais, gravou 2 duetos com Ney Matogrosso (incluídos como extra na re-edição de TUDO OU NADA) e gravou A Voz da Poesia, um poema da sua autoria com música de Rui Veloso.
Em FADO e Os FADOS DO FADO (2008 e 2009), foca o repertório no próprio fado, escolhendo temas tradicionais, mas também aqueles cujos temas identifica no fado, considerando-os referência no género.
Em 2010 celebra os seus 10 anos de carreira como fadista e recebe o prémio de Melhor Intérprete, entregue pela Fundação Amália Rodrigues, no âmbito dos Prémios Amália. Após diversos concertos por todo o mundo, o ano termina com dois grandiosos concertos de comemoração realizados no Coliseu de Lisboa e no Teatro Alhambra, em Paris, e com a edição do álbum duplo, 10 ANOS- NAS ASAS DO FADO, onde reúne os melhores momentos da sua discografia e inclui três duetos originais com Simone de Oliveira, Amina Alaoui e Rui Veloso.
Actualmente, Katia Guerreiro continua o seu trabalho de divulgação do Fado, sua paixão e orgulho, junto do público nacional e internacional, estando a preparar a edição do seu primeiro DVD ao vivo, gravado em 2012, no Olympia (Paris), a edição do novo trabalho discográfico e a digressão de 2013 que passará por países como França, Espanha, Rússia, entre outros.